Você está navegando tranquilamente na internet, em seu site de notícias favorito, quando se depara com um anúncio de um pacote turístico imperdível, justamente para o mesmo destino que estava pesquisando para as próximas férias com sua família. Mera coincidência? Ao passear no shopping após o almoço com colegas de trabalho você observa na vitrine de uma loja de artigos esportivos a nova camisa do seu time de coração e, antes de chegar ao escritório, já recebe uma mensagem em seu celular com a mesma camisa em promoção. Obra do acaso? Esses exemplos corriqueiros mostram que a inteligência artificial vem transformando nossos dados em informação relevante para as empresas.

A existência de uma legislação com tal propósito fará com que as pessoas passem a ser mais criteriosas na hora de repassar seus dados privados, seja em uma postagem na rede social ou no fornecimento de documentos como RG e CPF para determinadas companhias. O conhecimento do destino dos dados e também a forma como eles serão utilizados darão segurança jurídica às pessoas.

E quais são os tipos de dados? Temos os públicos, disponibilizados pela própria pessoa quando anuncia a venda de algum bem e passa suas informações para os contatos; os privados, quando você efetua uma compra pela internet e disponibiliza as informações para confirmação da transação eletrônica; e os sensíveis, com informações sigilosas do cidadão.

A inteligência artificial faz com que esse tipo de dado seja bastante disputado e valorizado, além de ser utilizado para facilitar nossa vida e promover uma nova maneira de pensar sobre problemas e desafios. Nesse sentido, os avanços não param.

O aplicativo de transporte, por exemplo, conhece nossos hábitos e os caminhos que costumamos percorrer do trabalho até nossa casa. O serviço de streaming sabe que o casal adora séries de suspense durante a semana e aos sábados e domingos opta por uma comédia romântica. A rede social com foco no mercado de trabalho nos indica as empresas com o perfil que buscamos e nossas áreas de interesse. Até mesmo os aplicativos de relacionamento conhecem nossos gostos e preferências e, assim, nos ajudam a encontrar a tão sonhada “alma gêmea”.

Podemos ter uma noção maior dessa influência em espaços com grande circulação de pessoas, como aeroportos, rodoviárias, shopping centers, academias, hotéis, restaurantes e lanchonetes. É possível monitorar cada passo da pessoa e os estabelecimentos comerciais poderão ofertar promoções customizadas com base em seus hábitos de consumo, detectando o caminho percorrido, em que loja entrou, se esteve no cinema ou parou na praça de alimentação, etc. Está aí a resposta para quando você efetuar uma compra e receber a mensagem perguntando como foi sua experiência em determinada loja.

Vale notar que a geração de dados vai aumentar consideravelmente nos próximos anos, possibilitando avanços ainda mais relevantes, principalmente na área da saúde. Grandes players globais vêm estudando e desenvolvendo tecnologias para o prolongamento da vida humana. Imagine que uma pessoa tenha um pequeno sensor que emite informações plugado em seu coração ou em qualquer outra parte do corpo. Os dados vão monitorar o funcionamento de todos os seus órgãos, gerando uma infinidade de informações que poderão antecipar doenças ou qualquer anomalia no organismo, ajudando a identificar antecipadamente doenças ou enfermidades que poderão ser prevenidas, por exemplo, com a substituição de um órgão. São os dados prolongando a nossa vida.

Com tantos pontos positivos, nossos dados serão cada vez mais disputados e valorizados pelas empresas. Quando, no passado, assistíamos ao desenho futurista Os Jetsons, que previa o futuro no qual haveria carros voadores e iríamos conviver com robôs em nossas casas, jamais poderíamos imaginar que teríamos informações tão valiosas. Estamos chegando à era em que nossos dados vão valer tanto quanto nosso dinheiro. Ou mais.

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